Sergio Moro encerra suspense e anuncia disputa por vaga ao Senado
Agora é oficial. O ex-juiz e ex-candidato à presidência Sergio Moro (União Brasil) anunciou a candidatura ao Senado pelo Paraná, nas Eleições 2022, nesta terça-feira (12), após semanas de suspense e muita especulação no meio político. O anúncio, esperado desde o início de junho, foi no final da manhã em um evento no Hotel Pestana, em Curitiba
No início de junho, Moro teve a transferência do domicílio eleitoral para a capital paulista barrada pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). A decisão minguou uma possível candidatura ao Senado por São Paulo e Moro decidiu retornar ao seu estado natal, gerando uma série de apostas sobre seu novo rumo na política.
Moro fez um tour por algumas cidades do Paraná, antes de uma decisão oficial. Em um evento do partido em 14 de junho, o agora candidato ao Senado disse que a ideia era se “reconectar” com o eleitorado paranaense e que seria a população que definiria seu destino político: se deputado, governador ou senador.
A disputa no Paraná ganhará um novo e apimentado ingrediente, que promete incendiar a corrida por uma vaga ao Poder Legislativo em outubro. O União Brasil no Paraná é presidido pelo deputado Felipe Francischini, filho do ex-deputado estadual Fernando Francischini, outro pretendente ao Senado pelo Paraná, caso não tenha o direito político cassado definitivamente.
Francischini foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por divulgar informações falsas sobre as urnas eletrônicas nas eleições de 2018.
Para fechar o imbróglio, o União Brasil integra a base do governador Ratinho Júnior (PSD), que já anunciou a intenção de apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem Moro rompeu politicamente em abril de 2020, ao deixar o Ministério da Justiça.
A tendência é que o inverso também aconteça, em troca da indicação do deputado federal Paulo Eduardo Martins (PL) como candidato do grupo ao Senado.
Moro ainda teria pela frente o enfrentamento direto contra o “ex-padrinho” político Alvaro Dias, senador e pré-candidato à reeleição, que foi quem levou o ex-juiz ao Podemos.
Uma eventual chapa entre o União Brasil e o PSDB, pode se formar, a exemplo do que acontece em outros estados brasileiros, como São Paulo. Neste domingo (10), o União Brasil declarou apoio para a reeleição do governador Rodrigo Garcia. Dias antes, Garcia abriu seu palanque para o presidenciável do União Brasil, Luciano Bivar, em busca de garantir uma coligação com a sigla.
O PSDB é partido de Beto Richa, um dos personagens da Operação Lava Jato. Em 2019, o ex-governador do Paraná foi denunciado pela força-tarefa por corrupção, lavagem de dinheiro e fraude no processo de licitação das obras de duplicação na PR-323, entre Maringá e Francisco Alves.