Salman Rushdie, escritor anglo-indiano, jurado de morte pelo Irã, é esfaqueado nos EUA

Na última sexta-feira, 12 de agosto, o consagrado e premiado escritor anglo-indiano, Salman Rushdie, de 75 anos, recebeu de dez a quinze facadas enquanto participava de uma conferência literária no Centro Educacional Chautauqua Institution, em Nova York, nos Estados Unidos.

Rushdie passou por uma cirurgia e segundo o seu agente nos Estados Unidos, Andrew Wylie, o autor respira através de ventilação mecânica e não consegue falar; provavelmente, Salman perderá um olho; os nervos de seu braço foram cortados e seu fígado foi esfaqueado e ferido

Rushdie é um escritor de ficção muito respeitado, com doze romances publicados em diversos países, seus livros costumam ter personagens vivendo em contextos históricos específicos e o tratamento dado pelo autor a temas políticos e religiosos sensíveis fez com que ele se tornasse alvo de controvérsias.

Durante a sua carreira, o autor escreveu diversos livros, entre eles, o primeiro foi “Grimus”, publicado em 1975; anos depois, escreveu “Os Filhos da Meia Noite”, publicado em 1981, vencedor do prêmio Booker Prize do mesmo ano; também escreveu “Vergonha”, publicado em 1983.

O tão polêmico livro “Versos Satânicos”, foi publicado em 1989; em seguida escreveu “O Último Suspiro do Mouro”, publicado em 1995; “O Chão que Ela Pisa”, publicado em 1999; “Fúria”, publicado em 2001; “A Feiticeira de Florença”, publicado em 2008, dentre outros diversos ensaios político-sociais.

Na última sexta-feira, 13 de agosto, Hadi Matar, de 24 anos, invadiu o palco do local onde ocorria o evento e começou a agredir Rushdie; pouco tempo depois da invasão e do início das agressões o homem foi contido pelos seguranças do evento.

A polícia de Nova York prendeu o agressor enquanto Rushdie era levado do local de helicóptero por socorristas; de acordo com relatos de uma médica que estava no local, o escritor estava vivo e não precisou receber reanimação cardiopulmonar.

Em 1988 o escritor publicou um que foi proibido no Irã, pois, muitos muçulmanos o consideravam uma blasfêmia, pois, a obra tem um personagem inspirado no Profeta Maomé; de acordo com a Comunidade Muçulmana, o Profeta é retratado de forma ofensiva.

Em 1989, o já falecido líder do Irã, o Aiatolá Ruhollah Khomeini, emitiu uma fatwa, ou edito, pedindo a morte de Rushdie pela blasfêmia cometida no seu livro “Os Versos Satânicos”; Teerã assegurou, em 1998, que a fatwa não seria aplicada contra o escritor Salman Rushdie.

Contudo, o sucessor de Aiatolá Khomeini declarou, em 2005, que Rushdie era um apóstata e que poderia ser morto impunemente, e, o governo do ultraconservador, Mahmoud Ahmadinejad declarou, em 2007, que a fatwa ainda era válida, ou seja, o escritor continuava jurado de morte pelo Irã.

O governo iraniano ofereceu mais de 3 milhões dólares, cerca de 15 milhões de Reais, em recompensa para quem matar Rushdie; ainda não se sabe as motivações do ataque sofrido na última sexta-feira, porém, de acordo com informações, o agressor agiu sozinho; a Polícia de Nova York apura os fatos.

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