Juíza dissolve conselho de sentença e julgamento da morte de youtuber Isabelly é adiado
O júri popular da morte da youtuber Isabelly Cristine Domingos dos Santos, de 14 anos, foi adiado. O julgamento aconteceria nesta segunda-feira (24), mas faltou jurados suficientes e o júri acabou dissolvido. Uma nova data deve ser marcada pela Justiça, que ainda não foi divulgada.
O que aconteceu por lá foi que o conselho de sentença, formado por sete jurados, já estava sorteado e formado (cinco mulheres e dois homens), mas quatro pessoas disseram que não tinham condições de analisar de maneira isenta o caso. Um novo sorteio foi feito, mas faltou gente, então a juíza optou pelo adiamento.
Defesa e acusação travam uma guerra sobre a condenação. O réu Everton Vargas pode ser condenado por homicídio qualificado, o que busca a acusação, dizendo que não houve briga de trânsito. A defesa nega o homicídio qualificado e reforça a tese da confusão.
Everton Vargas é acusado de matar a adolescente com um tiro na cabeça, após uma confusão no trânsito, em fevereiro de 2018. Inicialmente, o júri popular estava previsto para março deste ano, mas foi adiado devido a um pedido feito na Justiça.
A advogada Thaise Mattar Assad, que atua na assistência de acusação, disse que não vai trazer nenhum elemento diferente do que já teve durante o desenrolar do processo. “É um processo que demorou quatro anos de instrução, colheita de provas, elementos de investigação, está muito maduro para ser avaliado e julgado pelos jurados”.
Para a acusação, o desfecho digno para o caso seria a condenação por homicídio qualificado.
“Esperamos que seja dado um desfecho digno para este caso. Esperamos a punição dentro dos patamares que a lei determina e dentro do que a própria juíza poderá dosar de forma legal. Ele está denunciado por homicídio qualificado por motivo torpe, então dentro dessa perspectiva é que a pena virá. Nunca foi uma confusão de trânsito, essa discussão nunca existiu no processo. Todas as partes disseram que não houve uma discussão. O que aconteceu foi bem pontual e está demonstrado nos autos”.
Ao todo, são 19 pessoas que poderão ser ouvidas em plenário. Segundo a acusação, todas as testemunhas são extremamente importantes e entre elas estão os ocupantes do carro da vítima, os ocupantes do carro do réu, as pessoas que participaram das investigações.
Defesa rebate
O advogado Cláudio Dalledone Jr, que representa Everton Vargas, disse que o crime não se trata de um homicídio qualificado. A busca da defesa será para que o réu seja punido, mas não com essa tipificação.
“A acusação vem advogando um homicídio qualificado que não encontra cabimento em nada. A todo o tempo a defesa trouxe a verdade, trazendo elementos suficientes para demonstrar aquele momento psicológico abalado que sofreram dentro do carro”.
Segundo o advogado, a defesa quer que o conselho de sentença entenda o que aconteceu e aplique a pena a partir disso.
“Acredito muito no conselho de sentença, evidentemente que a população vem recebendo uma projetada versão feita pela assistência de acusação e o papel da defesa é neutralizar isso”.
A expectativa é de que o julgamento, quando for remarcado, não dure menos do que três dias. A defesa disse acreditar nessa neutralidade.
“As versões vão ser analisadas pelo conselho de sentença, e isso vai muito de acordo com o julgamento. Não houve homicídio qualificado sob qualquer ângulo que se possa analisar desse processo”.