Pfizer assina acordo de acesso global a genérico de medicamento contra Covid-19
A Pfizer disse na terça-feira (16) que assinou um acordo de licenciamento para permitir um acesso global mais amplo à sua pílula experimental contra a Covid-19.
O acordo com a Medicines Patent Pool, uma organização de saúde pública apoiada pelas Nações Unidas, permitiria aos fabricantes de genéricos tornar a pílula amplamente disponível em 95 países de baixa e média renda, cobrindo 53% da população mundial, disse a empresa.
A pílula, conhecida como PF-07321332 ou Paxlovid, deve ser administrada em combinação com um medicamento antiviral mais antigo, denominado ritonavir.
O Brasil ficou de fora do acordo, o que obrigará o país a comprar o comprimido diretamente da fabricante Pfizer, provavelmente a valores mais altos. Os vizinhos Bolívia e Venezuela foram incluídos, além de países como Afeganistão, Haiti, Etiópia e Índia.
No início deste mês, a Pfizer anunciou os principais resultados de seu ensaio, dizendo que uma análise provisória – feita antes do término do ensaio – mostrou uma redução de 89% no risco de hospitalização ou morte por Covid-19 entre as pessoas que receberam o medicamento no primeiros três dias do início dos sintomas.
“A Pfizer não receberá royalties sobre as vendas em países de baixa renda, e ainda renunciará aos royalties sobre as vendas em todos os países abrangidos pelo acordo, enquanto a Covid-19 permanecer classificada como uma Emergência de Preocupação Internacional pela Organização Mundial da Saúde”, disse a Pfizer no comunicado.
A Pfizer ainda não submeteu a pílula à autorização da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, mas disse que o faria antes do final do mês.
No final do mês passado, a Merck, a Ridgeback Biotherapeutics e o Medicines Patent Pool anunciaram um acordo de licenciamento voluntário para ajudar a criar um acesso mais amplo ao antiviral molnupiravir em 105 países de baixa e média renda.
O molnupiravir é um antiviral oral para o tratamento de casos Covid-19 leves ou moderados por adultos em risco de desenvolver uma forma mais grave da doença e uma eventual hospitalização. Ele foi autorizado pela Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido no início deste mês, e as empresas solicitaram autorização do FDA dos EUA. Merck, Ridgeback Therapeutics e Emory University – os criadores e detentores da licença do antiviral – não receberão royalties por essas vendas durante o tempo em que a Covid-19 permanecer uma Emergência de Saúde Pública de Preocupação Internacional sob as classificações da Organização Mundial de Saúde, anunciaram.