Calor de 38°C no Ártico faz soar alarme sobre mudança climática

Sibéria registra um dos períodos mais quentes da história.


A Organização Meteorológica Mundial, OMM, um dos órgãos da Organização das Nações Unidas, ONU, confirmou que o registro da temperatura de 38°C numa cidade siberiana, no ano passado, foi um recorde no Mar Ártico.

De acordo com a agência das Nações Unidas, em 20 de junho de 2020, ocorreu uma longa onda de calor em Verkhoyansk, que perdurou em grande parte do verão do Ártico, na Sibéria.

Mudança 


Falando à ONU News, de Genebra, o diretor de Serviços e Desenvolvimento da OMM, Filipe Lúcio, comentou o recorde.

“O Ártico é uma das regiões do mundo, onde o aquecimento é o mais rápido, tendo atingido o dobro do aquecimento global. A média nas temperaturas sobre o Ártico na Sibéria alcançou mais de 10°C acima do normal, na maior parte de 2020, tendo alcançado queimadas devastadoras e perdas de grandes massas de glaciares no oceano. Tudo isto são manifestações do impacto das mudanças climáticas.”

Para o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, o novo registro do Ártico acontece ao mesmo tempo que uma série de investigações simultâneas sem precedentes. E sem a mudança climática, o recorde não teria ocorrido.

Recordes


Os investigadores do Arquivo de Extremos de Tempo e Clima observaram que o Ártico estava esquentando quase o dobro da média global. Em 2020, a Antártida teve um novo recorde de temperatura de 18,3°C.

Especialistas verificam leituras de 54,4°C no Vale da Morte, no estado norte-americano da Califórnia, que detinha o recorde de lugar mais quente do mundo. E um novo ápice europeu de 48,8°C na Sicília em agosto de 2021 deve ser confirmado em breve.

A OMM notou ainda os recentes eventos meteorológicos nos Estados Unidos, onde o Arquivo de Temperatura e Clima Extremo manteve dados sobre diversos fenômenos, incluindo tornados e mortalidade.

Nova categoria de extremos

Por causa deste recorde calor excepcional na Sibéria, no verão de 2020, a ONU criou uma nova categoria para para o Arquivo de Extremos do Tempo e do Clima. Esta categoria vai arquivar as maiores temperaturas registradas em locais na latitude 66,5°N, ou acima, no círculo polar Ártico. 

Tornados


O maior número de óbitos num tornado foi de 1,3 mil pessoas, após um evento em Bangladesh em 1989. 


Já a maior distância percorrida por um tornado foi de 352,4 km em 3,5 horas nos Estados Unidos, em 1925.

Em 10 e 11 de dezembro deste ano, mais de 30 tornados foram relatados nos estados de Arkansas, Illinois, Kentucky, Missouri, Mississippi e Tennessee.

Nos seis eventos ocorridos durante a noite houve pelo menos 80 mortos.

A OMM citou uma investigação sobre o frio extremo observado, recentemente, nos países nórdicos. 

A agência tem apurado se a corrente está enfraquecendo, fazendo com que encurvasse em certos lugares e que as massas de ar ártico caíssem para latitudes mais baixas para permanecer por longos períodos.

Fonte
Climatempo

Departamento de Jornalismo

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