Aumento em casos de doenças respiratórias faz com que Secretaria da Saúde de Curitiba volte a recomendar uso de máscaras em ambientes fechados
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba volta a recomendar o uso de máscaras em ambientes fechados. A recomendação acontece na mesma semana em que um aumento vertiginoso de infectados por COVID-19 e outras doenças respiratórias vem assustando as equipes médicas. Retorna também a recomendação de que as unidades de saúde façam o atendimento em “Y, onde se divide os atendimentos para os casos respiratórios das demais situações médicas.
Como conselho à população, o uso de máscaras em ambientes fechados – transporte coletivo, terminais, estações-tubo, shows, jogos, shoppings, lojas, supermercados, entre outros – corresponde a etapa preventiva. Uma vez contraído os sintomas, o cidadão deve procurar de segunda-feira a sexta-feira, a unidade de saúde em que está cadastrado, por ser geralmente a mais próxima. Já nos sábados deve ser procurado a unidade de saúde aberta do seu distrito sanitário de residência.
Tais recomendações passaram a ser divulgadas após análise dos dados realizada semanalmente pelo Comitê de Técnica e Ética Médica de Curitiba. Entre 8 e 14 de maio, foram registrados na rede municipal de saúde 13.665 atendimentos por sintomas respiratórios em geral. Isso é 10% acima do teto da média histórica para o período. O painel da COVID-19 também apresenta significativo aumento: 171% na média móvel de novos casos em relação há 14 dias, com 1.466 confirmações. A taxa de reprodução do vírus também está em 1,42, ou seja, em crescimento.
Toda essa mudança no cenário vem no mesmo período em que a sublinhagem BA.2 da Ômicron chega ao município curitibano. Esta sublinhagem já representa 86,7% do total de amostras no Paraná. Entretanto devido a adesão da maior parte da população com a vacinação, os casos graves da doença não são os mais frequentes. Internados na enfermaria do SUS Covid-19 estão oito pacientes (32% dos leitos ocupados) e na UTI SUS Covid-19 estão sete pacientes (47% dos leitos ocupados). Em contrapartida, em junho de 2021 houveram 548 leitos de UTI e 800 leitos clínicos SUS exclusivos para covid-19, com ocupação próxima do limite. A situação se intensifica, entretanto, nos casos das pessoas com doenças imunossupressoras ou em quem não se vacinou. Nestas circunstâncias, as pessoas que contraem a sublinhagem BA.2 da Ômicron costumam ter os sintomas graves da doença.
Segundo o diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, Alcides Oliveira, nos dois primeiros anos da pandemia, apenas o COVID-19 circulava nas cidades. Agora existem outros vírus respiratórios que voltaram a circular fortemente em concorrência.