Campanha setembro amarelo chama à atenção para o número de suicídios no Paraná
Chegou o mês de conscientização ao suicídio. Neste ano, o tema da campanha do setembro amarelo é: “A vida é a melhor escolha”, e é uma iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). Números do Ministério da Saúde destacam que são registrados mais de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil. O Paraná é o nono estado da lista, com taxa de 8,5 por 100 mil habitantes.
O site oficial da campanha diz que esse número chega a 14 mil. De acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, entre 2010 e 2019, houve um aumento de 43% no número anual de mortes. A região sul apresenta taxas superiores à média nacional, sendo Rio Grande do Sul (11,8) e Santa Catarina (11) com os maiores índices de suicídio do país, respectivamente.
De acordo com o psiquiatra e professor do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP) Dr. Ygor Bereza, a campanha de conscientização foi criada por conta de 10 de setembro, que é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. “Campanha muito importante para conscientizar a população do risco do suicídio e como prevenir fatores de risco”.
O especialista destaca que o assunto deve ser sempre discutido já que a quantidade de suicídios continua aumentando com o passar dos anos. No resto do mundo, as taxas estão diminuindo mas na América Latina os números estão aumentando. Com esses números, o suicídio está entre as três principais causas de morte em indivíduos com idades entre 15 e 29 anos no mundo.
Transtornos mentais
Outro dado aponta que 96,8% dos casos estão relacionados a transtornos mentais, como a depressão, seguida do transtorno bipolar e do abuso de substâncias.
“Maioria dos casos em que há suicídios são de pessoas que já tinham transtornos mentais prévios”, diz Ygor
O especialista afirma que é difícil detectar quem tem maior chance de cometer suicídio. No entanto, é importante ficar atento a pessoas que já tem histórico de transtornos mentais. “Pessoas que tem mudanças extremas de comportamento, desesperança muito grande ou que tem um isolamento ou piora nos sintomas. Para ajudar essas pessoas a gente precisa acolher”, reforça.
Ygor ressalta que as pessoas que apresentarem esses sinais precisam de avaliação médica adequada.