Erasmo Carlos, ícone da Jovem Guarda, morre aos 81 anos

No início da tarde desta terça-feira, 22 de novembro, morreu, aos 81 anos, o cantor e compositor Erasmo Carlos; o artista estava internado há mais de uma semana em um hospital no Rio de Janeiro, conforme informações, ontem, segunda-feira, o cantor foi entubado e hoje veio a falecer.

O ator, escritor e multi-instrumentista deixa a esposa e dois filhos; Erasmo deu entrada no Hospital Barra D’or, na Zona Oeste do Rio, no dia 17 de outubro para realizar exames complementares e ajuste terapêutico para um quadro de síndrome edemigênica.

No domingo, 30 de outubro, sua morte chegou a ser erroneamente anunciada pela imprensa, o que levou o artista a se manifestar, quando teve alta, no dia 02 de novembro; em uma publicação em que aparece ao lado da esposa, postada nas redes sociais, Erasmo Carlos escreveu:

“Bem simbólico… Depois de me matarem no dia 30, ressuscitei no Dia de Finados e tive alta do hospital! Obrigado a Deus, a todos que cuidaram de mim, rezaram por mim e torceram pela minha recuperação… Essa foto com a Fernanda traduz como estamos felizes”.

Carioca da Tijuca, no Rio, Erasmo, o Tremendão, era filho de mãe solteira e só conheceu o pai quando já tinha 23 anos; ainda criança conheceu Tim Maia, que ainda era Sebastião, com quem aprendeu violão e de quem ficou amigo na adolescência, quando os dois se apaixonaram pelo tal do rock ‘n’ roll.

Juntos, Erasmo e Tim, fundaram o “The Sputiniks”, a banda que tinha aquele que seria o grande parceiro de Erasmo: Roberto Carlos; com o fim do grupo, formou outro, o “The Boys of Rock”, que mais tarde virou “The Snakes”, que acompanhou os dois cantores, Tim Maia e Roberto Carlos, em seus shows solos.

Com Roberto Carlos a afinidade era gigantesca, ia além dos ídolos em comum, ambos eram vascaínos de coração; ao longo das décadas, a dupla colecionou sucessos como: Detalhes; Além do Horizonte; Se Você Pensa; As Curvas da Estrada de Santos; Emoções; É Proibido Fumar; dentre outras 400 músicas registradas pela dupla.

Em 1965, Erasmo Carlos, Roberto Carlos e Wanderléa comandaram o programa “Jovem Guarda” na TV Record, o programa ficou no ar até 1968; sob o seu comando, o programa apresentou aos brasileiros o “iê-iê-iê”, movimento cultural influenciado pelos Beatles.

Nos anos 70, Erasmo absorveu influências do soul e do movimento hippie e deu uma leve guinada em sua música, que já aparece no álbum Carlos, Erasmo em 1971; depois vieram os discos: Sonhos e Memórias, Projeto Salva Terra e Banda dos Contentes e Pelas Esquinas de Ipanema; o cantor entrou na década de 1980 com Erasmo Convida, com 12 canções interpretadas ao lado de nomes como Tim Maia, Rita Lee, Maria Bethânia, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Ben, dentre outros.

Em 1990, Erasmo Carlos lançou apenas dois álbuns, um fato marcante desta época foi quando o cantor aboliu de seu repertório uma das canções de sucesso deste período, Homem de Rua, a música era tema do personagem de Guilherme de Pádua na novela Corpo e Alma, de Glória Perez; o Tremendão aboliu a música do repertório quando o ator e sua mulher, paula thomaz, assassinaram a Atriz Daniella Perez, filha da diretora, Erasmo Carlos nunca mais cantou a música em respeito à jovem e sua mãe.

Em 2001, Erasmo lançou Pra Falar de Amor, que trazia interpretações de canções também de Kiko Zambianchi e Marcelo Camelo, além de um dueto com Marisa Monte e Carlinhos Brown; o primeiro DVD ao vivo veio em 2002, e, em 2004 foi a vez de Santa Música, álbum com 12 músicas solo suas; em 2007, o público ganhou Erasmo Convida, Volume II com canções suas e de Roberto e uma lista de convidados que tinha Skank, Los Hermanos, Lulu Santos, Marisa Monte, Milton Nascimento, dentre outros

No ano de 2009, Erasmo lançou Rock ‘n’ Roll, com novas parcerias, e em 2010 perdeu a disputa para um samba-enredo da Beija-Flor, que no ano seguinte homenagearia Roberto. Em 2011 veio o álbum Sexo e, em 2014, Gigante Gentil, que venceu o Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock Brasileiro.

Em 2018, Erasmo recebeu o Grammy Latino: Prêmio Excelência Musical da Academia Latina de Gravação, e ganhou também da União Brasileira dos Compositores, o prêmio de Compositor Brasileiro do Ano; em novembro de 2022, ele ainda venceu o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa, pelo disco “O Futuro Pertence à… Jovem Guarda”.

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