Avanço da direita radical pode levar Benjamin Netanyahu novamente ao poder em Israel
O ex-primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu deve voltar ao poder em Israel, depois que resultados parciais indicarem que ele está a caminho de conquistar a maioria no Parlamento com a ajuda da extrema direita; com 84% dos votos da eleição geral contados, a coalizão de Netanyahu deve ganhar 65 dos 120 assentos no Knesset, o Parlamento israelense.
No entanto, Netanyahu dependerá do apoio do partido ultranacionalista Sionismo Religiosos; seus líderes, Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich, ganharam notoriedade por usar a retórica antiárabe e defender a deportação de políticos ou civis árabes “desleais”.
Ben-Gvir era um seguidor do falecido, explicitamente racista e ultranacionalista Meir Kahane, cuja organização foi banida em Israel e designada como grupo terrorista pelos Estados Unidos. O próprio Ben-Gvir foi condenado por incitamento ao racismo e apoio a uma organização terrorista.
No mês passado, Ben-Gvir ganhou as manchetes quando foi filmado sacando uma arma depois de ser atingido por uma pedra atirada por palestinos enquanto visitava uma área predominantemente árabe de Jerusalém Oriental ocupada. Na ocasião, ele pediu que a polícia atirasse nos culpados.
Netanyahu, acompanhado por sua esposa Sara, apareceu na sede de seu partido, o Likud, às 3h (22h de terça-feira em Brasília) nesta quarta-feira sob aplausos estrondosos; ele afirmou para apoiadores: “Ganhamos um enorme voto de confiança do povo de Israel”.
Desde que as pesquisas de boca de urna foram anunciadas horas antes, quando a votação terminou, a sala se tornou um cenário de celebração, com as pessoas pulando para cima e para baixo, agitando bandeiras e entoando o apelido de Netanyahu, Bibi; na sede de seu partido em Tel Aviv, no entanto, o primeiro-ministro Lapid disse a seus apoiadores que “nada” ainda estava decidido e seu partido de centro-esquerda, Yesh Atid, esperaria pelos resultados finais.
Netanyahu, de 73 anos, é uma das figuras políticas mais controversas de Israel, odiado por muitos no centro e na esquerda, mas adorado pelos partidários de base do Likud; ele é um firme defensor da construção de assentamentos de Israel na Cisjordânia, ocupada desde a guerra de 1967 no Oriente Médio. Os assentamentos lá são considerados ilegais sob a lei internacional, embora Israel conteste isso.
Segundo as pesquisas de boca de urna, o Likud deve ser o maior partido, com 30 a 31 assentos, comandando a maioria com o apoio de partidos nacionalistas e religiosos; Yesh Atid, que liderou a coalizão que derrubou Netanyahu nas eleições do ano passado, deve ganhar de 22 a 24 cadeiras; p Partido Sionismo Religioso parece ter conquistado 14 cadeiras, o que o tornaria o terceiro maior partido.