Elon Musk diz que vai examinar possível situação de censura do Twitter no Brasil
Novo chefe do Twitter, Elon Musk afirmou neste domingo (6) que vai examinar uma suposta situação de censura da rede no Brasil. O bilionário respondeu a tuítes que acusavam o site de censurar figuras bolsonaristas como o deputado eleito Nikolas Ferreira (PL-MG) e o economista Marcos Cintra, que tiveram a conta suspensa a mando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em resposta a uma mensagem do comentarista Paulo Figueiredo Filho, que acusava o Twitter de cometer “censura draconiana e ideológica” contra o direito à liberdade de expressão, Musk afirmou que avaliaria o caso.
Mais cedo neste domingo, o Twitter barrou as contas de Cintra, vice de Soraya Thronicke (União Brasil) na disputa presidencial, e dos deputados bolsonaristas Coronel Tadeu (PL-SP) e Major Vitor Hugo (PL-GO).
A ordem veio do TSE, que tem agido com rapidez para restringir contas que levantem suspeitas sem provas sobre fraude nas urnas eletrônicas ou motivem atos antidemocráticos, como o bloqueio de estradas.
Há uma grande comoção entre bolsonaristas porque as ordens deste domingo ocorrem na esteira de outras suspensões recentes, como das contas dos parlamentares Carla Zambelli (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO), populares na rede de comunicação em apoio de Jair Bolsonaro (PL).
Eles alegam ser alvo de censura e de perseguição do TSE.
Marcos Cintra, ex-secretário da Receita Federal no governo Bolsonaro e professor na FGV (Fundação Getulio Vargas), fez questionamentos sobre as urnas, endossando algumas suspeitas levantadas por Bolsonaro.
Ele escreveu uma sequência de sete tuítes com dúvidas sobre a votação, mas afirmou acreditar na legitimidade das instituições. Também incentivou cidadãos a exigirem esclarecimentos das autoridades.
Cintra analisou dados do TSE e disse não ter encontrado explicação para Bolsonaro ter “zero votos em centenas de urnas”, como seria o caso de São Paulo, Osasco, Franca e Guarulhos, segundo sua tese.
“Há outras centenas, senão milhares de urnas com votações igualmente improváveis. Curiosamente, não há uma única urna em todo o país onde Bolsonaro tenha 100% dos votos”, escreveu. “Se há suspeita em uma única urna, elas recaem sobre todo o sistema”, acrescentou Cintra ainda defendeu registros em papel: “Sem prejuízo das vantagens da digitalização dos votos, estes casos aparentemente inexplicáveis poderiam ser rapidamente descartados, evitando as dúvidas sobre a integridade do sistema que estão se avolumando”.
Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes, presidente da Corte, determinou à Polícia Federal que tome o depoimento do economista em até 48 horas, questionando, em especial, quais foram “os fundamentos concretos” que embasaram a postagem feita em relação ao resultado eleitoral.
“Eu estou surpreso. Recebi a notícia por WhatsApp e até por televisão. Não recebi intimação e nem tenho muito o que falar, só reiterar as dúvidas que tive”, afirmou. “Não fiz acusação nenhuma, não me insurgi contra nada, só tive dúvidas que qualquer cidadão pode ter e pode fazer. Vou reiterar o que escrevi.”
Em sua conta no Instagram, o professor relatou estar triste com a decisão. “Minha conta do Twitter acaba de ser retida no Brasil. Um cidadão de bem fazendo perguntas sobre dados oficiais. Estou muito triste e preocupado.”
Uma semana antes da votação do segundo turno, o TSE criou uma resolução na qual pode agir de ofício para ordenar a retirada de conteúdos falsos ou descontextualizados relacionados à eleição
As empresas têm de cumprir as ordens no prazo de duas horas sob pena de multa de R$ 100 mil por hora. A norma foi assinada por Alexandre de Moraes.
Desde as eleições, o tribunal ordenou a retirada de uma série de grupos de Telegram e WhatsApp usados para contestar o resultado da eleição e estimular atos antidemocráticos.
O consultor Fernando Cerimedo, do canal argentino “La Derecha Diário”, fez uma live na noite de sexta-feira (4) para apresentar o dossiê
A transmissão, muito disseminada para brasileiros, foi derrubada do YouTube, mas está presente em outros sites. A contestação do argentino se transformou no novo argumento da militância que acredita que a eleição brasileira foi fraudada.