Lula e Bolsonaro trocam acusações durante debate do 2° turno das Eleições Presidenciais

No último domingo, 16 de outubro, aconteceu o debate mais esperado desde a campanha de 2018, frente a frente, o atual Presidente e candidato a reeleição, Jair Messias Bolsonaro, do Partido Liberal e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, debateram sobre os rumos do País.

O debate, organizado por um pool de imprensa, composto pelas emissoras de televisão Bandeirantes e Cultura, pelo Portal UOL e pelo jornal Folha de S.Paulo, o evento também foi transmitido pela emissora CNN Brasil; o primeiro encontro do segundo turno presidencial foi marcado por mutuas acusações.

Durante o debate entre os candidatos diversos temas foram abordados, dentre eles a pandemia de Covid-19, casos de corrupção na Petrobras, o orçamento secreto, mudanças na composição do STF, o crime organizado, dentre outros assuntos; fizemos um resumo e levantamos os principais pontos:

Pandemia de Covid-19

Lula afirmou: “É uma vergonha, na verdade, você carregar nas costas 400 mil mortes que poderiam ter sido evitadas se tivesse comprado vacina no tempo certo. A ciência fala isso todo dia. O senhor recebeu proposta de compra de vacina muito cedo e não quis comprar porque não acreditava”.

Bolsonaro alegou que o Brasil “foi um dos países que mais vacinou no mundo” e que “menos de um mês depois da primeira dose aplicada no mundo, o Brasil começou a aplicar”, o Presidente ainda lembrou que o governo “decretou estado de emergência” para acelerar os atendimentos à população.

Corrupção na Petrobras

Bolsonaro acusou as gestões petistas de corrupção e afirmou que o Petrolão foi “o maior esquema de corrupção da história da humanidade”; também afirmou que Lula não terminou a construção de refinarias e que o endividamento da Petrobras equivale a 60 vezes o custo da transposição do Rio São Francisco.

Em resposta, Lula afirmou: “não tenho nenhum problema de explicar o Petrolão”, o petista também disse que “se houve corrupção na Petrobras, não precisava ter quebrado as empresas como quebraram”; Lula ainda criticou o atual Presidente por ter imposto sigilo de 100 anos em informações da sua gestão.

Orçamento Secreto

Quando questionado sobre o mensalão e o orçamento secreto, em meio à relação entre Poderes e a Governabilidade, Lula afirmou que confrontará as emendas do relator e afirmou: “Eu vou tentar criar o orçamento participativo, que foi uma coisa que nós criamos nos estados brasileiros”.

Bolsonaro negou que tenha comprado o Centrão com o orçamento secreto, afirmando que vetou a medida e pontuou que as emendas do relator foram criadas por Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara dos Deputados, e que, se o orçamento estivesse em suas mãos, faria melhor proveito.

Mudanças na composição do Supremo Tribunal Federal

Durante sua resposta, o ex-presidente Lula afirmou que não acha prudente e democrático um presidente “querer ter os ministros da Suprema Corte como amigos”; segundo ele, os ministros não devem ser indicados para beneficiar o presidente e, sim, pelo currículo.

Bolsonaro disse que não tem nenhuma proposta que vise aumentar o número de Ministros do Supremo Tribunal Federal, o STF, e afirmou que: “no momento, o PT tem sete ministros indicados. Eu tenho dois. Se eu for reeleito, indico mais dois”.

Crime Organizado

Bolsonaro mencionou que o ex-presidente Lula teve mais votos em presídios durante o primeiro turno: “Nos presídios do Brasil, de cada cinco votos você teve quatro”, disse o atual Presidente, ao tentar acusar o petista de ter “afinidade com bandidos”.

Lula negou ter relação com o crime organizado e disse que, durante seu governo, construiu cinco prisões de segurança máxima; o ex-presidente também afirmou “saber” que Bolsonaro é quem tem relação com esses grupos, mencionando as milícias e a morte da ex-vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco.

Considerações Finais

Bolsonaro afirmou que espera ter um “país livre, onde seja respeitada a liberdade de expressão”; ele ainda defendeu pautas ligadas à segurança pública e ideologia de gênero e disse: “Não queremos que os nossos filhos, ao irem para a escola, frequentem o mesmo banheiro. Essa é a política do lado de lá.”

Nas suas considerações finais Lula disse: “Quem defende a democracia e a liberdade sou eu, muito mais do que ele, que é um pequeno ditadorzinho, que quer ocupar a Suprema Corte” e que “Tem 33 milhões de pessoas passando fome neste país que é o maior produtor de alimentos do mundo”.