Com crianças na fila por UTI, Santa Catarina vai decretar emergência por problemas respiratórios
Das 12 crianças e bebês que aguardam por um leito de UTI em Santa Catarina, 11 apresentam problemas respiratórios, ou seja, 91,2% dos casos. Os dados foram atualizados pela SES (Secretaria de Estado da Saúde) do início da tarde desta terça-feira (31).
O governador Carlos Moisés (Republicanos) determinou à Secretaria da Saúde a elaboração de um estudo técnico para avaliar a possibilidade de decretar situação de emergência em saúde no Estado. A decisão deve ser publicada até quinta-feira (2).
A pasta informou que apenas um dos pacientes pediátricos possui necessidade de serviço especializado de UTI para outra doença.
Os pacientes, com idades entre 1 mês e 13 anos, estão divididos em seis regiões do Estado: um na Grande Florianópolis, três no Sul; um no Vale do Itajaí; dois na Foz do Rio Itajaí; quatro na Serra e dois na Grande Oeste. A SES garante que todos “estão sendo plenamente assistidos”.
O número de bebês na espera por um leito diminuiu na noite desta segunda (30), quando o pequeno Gabriel Joaquim Francisco, de 43 dias, foi transferido para um leito de UTI neonatal com isolamento no Hospital da Unimed, de Balneário Camboriú.
O menino aguardava há mais de 48 horas por um leito de UTI neonatal. Ele estava internado no Hospital São José, em Criciúma, no Sul catarinense, e sofreu três paradas cardíacas no domingo (29).
Em nota, a SES informou ainda que custeará todas as despesas na unidade de destino, enquanto o paciente estiver internado.
Segundo a mãe, Katherini Joaquim, ele foi levado para a unidade hospitalar ainda no sábado (28), por volta das 11h. O bebê nasceu prematuro e desenvolveu bronquiolite. Também foi diagnosticado com SRAG (Síndrome Respiratória Aguda).
O governador Carlos Moisés (Republicanos) anunciou nesta segunda a abertura de 68 novos leitos de UTI neonatal e pediátrica em até 90 dias.
Atualmente, são 294 leitos de UTI neonatal e mais 89 pediátricos ativos. A abertura representa aumento de 13% nos leitos de UTI neonatal e 33,7% nos leitos pediátricos.
“Desde o início deste ano, através da Secretaria de Estado da Saúde, há um trabalho dedicado à ampliação dos leitos, não apenas os UTI, bem como dos leitos clínicos de retaguarda. Da mesma forma, as equipes das unidades de saúde vem desenvolvendo fluxos de rotatividade dos pacientes, promovendo, sempre que possível, uma redução no tempo de permanência nas UTIs”, destaca a pasta.
Através Central Estadual de Regulação de Internações Hospitalares, a SES informa que está realizando a busca por leitos privados para contratação. Diz ainda que a busca também está sendo feita em estados vizinhos.
“Lembrando que estas transferências devem respeitar os protocolos de gravidade, visando a segurança na movimentação do paciente”, finaliza.