Em novo golpe, criminosos usam ‘olheiros’ para aterrorizar comerciantes em Curitiba
Um novo golpe está aterrorizando comerciantes de Curitiba e região: criminosos estão utilizando ‘olheiros’ para extorquir os lojistas. Na prática, ao telefone, o golpista informa que a vítima estaria sendo monitorada e pede para ela fazer uma transferência via PIX, caso contrário, a loja seria alvo de tiros.
Uma comerciante do Bairro Alto, que não será identificada, relatou a situação.
“O rapaz perguntou se o endereço da loja era tal, número tal, se a proprietária era fulana. Eu confirmei todos os dados. Então, ele começou a gritar dizendo que era um assalto, que dois motoqueiros iriam entrar na loja armados, que eu tinha que fazer o Pix de R$ 5 mil. Quando eu estava saindo da loja, ele disse: ‘não adianta você sair pela porta”, contou.
Enquanto conversava com o golpista por um aplicativo de mensagens, a vítima acionou a polícia
“Eu liguei pra polícia nesse meio tempo e o policial disse que esse é um novo modo de assalto. O que mais me assustou foi o fato de ele narrar os meus passos desde a hora que eu sai da loja. O policial me falou que poderia ter alguém olhando e narrando para ele o que estava acontecendo”, afirmou.
Segundo o delegado Emmanoel David, da Delegacia de Estelionatos, a prática tem sido comum. Supostos ‘olheiros’ ajudam o golpista ao telefone.
O delegado explica que, em alguns casos, os bandidos tentam ‘na lábia’ convencer a pessoa. Quando não conseguem, passam a aterrorizá-la.
“É uma situação em que é muito difícil a pessoa que vai falar, por exemplo, que vai metralhar, que vai invadir a residência, que vai invadir a loja, fazer isso realmente. Isso na verdade é uma bravata. Se ele vai fazer essa conduta criminosa, não vai avisar a vítima afirmando que estará fazendo isso. Na verdade, isso é um engodo para a vítima se sentir com medo, constrangida e fazer o Pix. Por isso é uma forma de extorsão”, ressaltou.
O delegado orienta sobre o que fazer, caso você seja alvo dos criminosos.
“Se isso acontecer, em todos os casos, nós aconselhamos que se entre em contato com a Polícia Militar ou contato com a Guarda Municipal, que faz o patrulhamento ostensivo na sua região, e explique a situação. Isso vai auxiliar a polícia judiciária a investigar o caso. Se você tem câmera de segurança, veja se tem alguma movimentação estranha na frente do estabelecimento. Por último, se você falou com essa pessoa por telefone, redes sociais ou aplicativo de conversa, passe esses dados para polícia judiciária na hora de registrar o boletim de ocorrência”, reforçou.